quarta-feira, 23 de setembro de 2009

VII >> Ataque pela maresia
"Os maiores desafios requerem os maiores esforços..."

O Sol chegava seu olhar, a brisa leve da manhã lhe acordava, e Ariana ainda estava buscando concentração para a jogada final. Estava na área, três artilheiros de cada lado, e à sua frente apenas o goleiro. Ela sabia que era uma jogada fácil, sabia porque o goleiro vinha com péssimas defesas o campeonato inteiro, e agora na final, estava prestes a levar um gol da melhor artilheira do mundo: Ariana. Os artilheiros que emparedavam seu caminho eram altos, três vezes mais que Ariana, mas também suavam frio, sabiam que a partida de Quartz da final do campeonato mundial estava perdida. Ariana olhou de leve para o estádio: Enorme e lotado. Uma grande tigela completamente coberta de pessoas que gritavam "Ariana, Ariana, Ariana !!!", e tudo o que Ariana via era a taça no pódio à sua espera. O juiz sinalizou para os outros dois, e apitou, autorizando o lance. Ariana se alinhou, respirou fundo e correu. O artilheiro de sua esquerda jogou a bola para cima e Ariana a acertou em cheio. A bola saiu zunindo pelo ar. "Quase lá" pensou Ariana, "vamos, só mais isso e o título é nosso", e após isso, Ariana sentiu um chacoalhão e um brilho quase a cegou. "Não !!!".
- Ariana acorde, rápido.
- O quê?
- Vamos temos que sair daqui.
Ariana sentiu as mãos fortes de Aiizac a segurando, e quando foi abrindo os olhos, deu de cara com olhos muito verdes. Era tudo um sonho, o sonho que Ariana mais gostava, mas sempre alguém a acordava no melhor momento.
Ariana se pôs de pé e Aiizac já estendia sua mão para a parede a esquerda, quando uma porta abri no nada. Ariana despertou rápido, o peixe que havia almoçado estava lhe pesando um pouco no estômago. Aiizac estava nervoso.
- Vamos agora, estamos sendo atacados.
- Atacados? Por que?
- Por sua causa. Mas não se preocupe, já vamos acabar com isso.
Aiizac saiu pela porta e Ariana o seguiu. A nave era singularmente sem graça. Não havia nada dentro dela, era completamente branca. Uma visão, talvez do céu, ou algo parecido. Aiizac caminhou rápido e firme para a frente da nave, estendeu sua mão denovo no ar e um alçapão desceu do teto. Lá fora, Ariana enxergava o céu azul chapiscado de branco, que passava depresa. Aiizac subiu no alçapão e fez um sinal com as mãos como se estivesse levantando algo no ar, o alçapão subiu, e Aiizac sumiu por ele. Ariana ficou ali, parada sem saber o que fazer ou para onde ir.
Foi quando lhe veio a ideia de conhecer a nave. Começou a caminhar lenta pelo espaço branco e estendeu a mão no ar, como viu Aiizac fazendo. Nada. Tentou novamente, agora com as duas mãos como Aiizac tinha feito a pouco. Também nada. E então tentou o mesmo movimento, mas desta vez para baixo. Sentiu o chão se abrir sob seus pés e caiu. "Vou morrer" foi o que pensou. De repente parou no ar. Não sentia o vento passar por seu corpo. Olhou para baixo e viu o mar passando depressa, e quando olhou para cima viu o quadro por onde havia caído e acima a sala branca da nave.
De repente, viu passando ao seu lado muito rápido um homem vestido de preto. Quando chegou na parte da frente da nave, foi atingido por uma pedra, e logo depois Ariana viu Aiizac caindo em cima da pedra voadora. Aiizac saiu voando em cima da pedra, e passou ao seu lado direto para tras sem sequer ver Ariana na caixa invisível pendurada do lado de fora da nave.
Atrás de Aiizac desceu outro homem vestido de vermelho, e de seus pés, saiam duas tochas de fogo. Como um foguete, o homem de vermelho voou pelo ar mas diminuiu quando viu Ariana ali parada imóvel. Abriu um sorriso amarelo e seus olhos ficaram vermelhos, enquanto vinha em direção a Ariana.
Ariana entrou em desespero, não sabia o que fazer e agora não sabia para onde ir, nem como entrar denovo na nave, onde era seguro. Quando viu o homem chegando perto a única coisa que conseguiu fazer foi estender as mãos a frente, como que para parar o inimigo. Soltou um grito e quando abriu os olhos, não havia mais inimigo. Olhou estupefata para a sua volta e nada. A luta pareceu ter terminado. Aiizac apareceu ofegante no óculo da nave, estava exausto, pingando suor. Fez um gesto rápido no ar e Ariana foi levantada, e o buraco no chão desapareceu. Aiizac a pegou nos braços, olhou em volta e foi direto a parede, estendeu a mão, e quando a abertura da cabine apareceu, entrou rápido. Colocou Ariana com cuidado no sofá e disse apenas:
- Nem uma palavra. Fique aqui, eu já volto.
E saiu pela abertura e imediatamente a mesma se fechou às suas costas. Ariana respirou com mais calma agora, e enquanto se acalmava do susto, pensava se tinha aborrecido seu tio.
Depois de alguns instantes, Aiizac retornou, já mais descansado e arrumado, e disse:
- Vamos Ariana, já vamos pousar, quero que você troque de roupa.
Aiizac levou Ariana para uma sala anexa à cabine, e lhe deu uma troca de roupa. Quando Ariana estava prestes a colocar a muda, percebeu que era apenas um sobretudo preto simples, muito grosso, idêntico ao de Aiizac. Pensou consigo "mas o que é isso, agora ele quer que eu ande por ai com isso?". Como se Aiizac tivesse ouvido seus pensamentos, respondeu:
- Vamos Ariana, eu sei que não é muito bonito, mas você não pode ser vista lá fora.
Ariana se sentiu um pouco constrangida, mas colocou o sobretudo depressa, e logo que saiu, Aiizac pegou em sua mão e a levou para fora. Finalmente a viagem havia acabado. Ariana tinha muitas perguntas a fazer, mas a cada nova pergunta que adicionava em sua lista, se lembrava o que Aiizac dissera: "Não converse com ninguém, e só converse com quem eu disser que é confiável". Não podia deixar de pensar que isso era muito protetor, como sua madrinha Fêmora dizia tantas e tantas vezes, mas depois do que vira nos ultimos momentos, tinha certeza de que não era bem vinda, e era melhor ficar quieta.
Agora a rampa de desembarque descia para o chão e finalmente Ariana conheceria seu destino. Uma luz muito forte entrava na nave, uma luz mais forte que a da própria nave, e Ariana estava ansiosa e muito mais amedrontada pelo seu destino.

Ariana finalmente chegou ao seu destino, e depois de uma viagem turbulenta e perigosa, finalmente chega a Aizenora. Por que foram atacados no caminho? O que Ariana fez para ser motivo desse ataque? O que espera pela pequena em Aizenora?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

VI >> Viagem pela Maresia
"Só devemos temer o que desconhecemos. Para o mais, questinar devemos."

O sol do meio-dia cegava no seu azul-cristal sobre Mohria. Ariana perdia sua vila de vista, e sua madrinha ficava para traz. Nunca antes tinham se separado dessa forma, e agora, ela sentia que lhe faltava um pedaço. Ou isso, ou era porque já estava ficando com fome. Estava no convés do pequeno barco, quando Aiizac, o Mago da terra, saiu dele e a chamou para o almoço. Ela se virou e entrou na sala minúscula do barco. Mal chegou na porta, e de lá veio um cheiro penetrante.
- Seu prato favorito não é ? - perguntou Aiizac.
- Peixe com molho de laranja ?
- É sim. Sua madrinha me disse que gostava. Sente-se aí, já estou terminando. Você vai precisar comer bem, porque vamos fazer uma viagem um pouco longa até o continente.
- Obrigado. Vamos ir até o continente ?
- Sim.
- Eu pensei que nós fossemos até os helioporto branco.
- Vamos sim. E de lá, pegamos uma nave até o continente. Você não pode se atrasar para o ano letivo de Aizenora.
- Mas o que eu vou fazer em Aizenora ? Eu pensei que só os meninos mal-criados fossem para lá.
- Todos os meninos vão para Aizenora quando são recrutados.
- Recrutados para quê ?
Aiizac agora estava servindo o prato de Ariana com uma boa quantidade de seu peixe com molho de laranja, e depois de se servir, se sentou e disse:
- Ariana, eu tenho que lhe dizer algumas coisas antes de chegarmos ao helioporto branco. Primeiro: Lá estarão alguns homens de branco e outros de cinza, à nossa espera na nave. Haja o que houver, e perguntem o que eles perguntarem, você não pode nem deve conversar com eles.
- Eles são homens maus ?
- Não. Mas são muito curiosos, e não quero que você responda sobre coisas de que não tem certeza, ou pior, sequer sabe. Está bem ?
- Certo, mas com quem eu posso falar então ?
- Comigo. Daqui até Aizenora, e principalmente em Aizenora, você deve conversar APENAS com as pessoas que eu lhe disser que são confiáveis. Não fale sobre nada, nem sequer seu nome, nem onde estava ou estará.
- Mas tio...
- Tio ?
- É tio. a madrinha disse que você é meu tio, e disse que eu tinha que fazer tudo o que você mandasse.
- Certo, certo. Tio. Não gosto de tio, mas tudo bem. E sua madrinha está certa quanto a você ter de me obedecer, é para seu próprio bem. Verdade.
- Certo. Mas, por quê não podemos confiar em ninguém ?
- Não, eu não disse que não podemos confiar em ninguém. Só podemos confiar em quem EU disser que podemos confiar. Há muitas pessoas dizendo coisas sobre você que não são verdade. Não quero que você se complique.
Ariana ouvia tudo com atenção enquanto se deliciava com seu prato. "Está muito gostoso", pensava, "mais do que o da madrinha", e ao mesmo tempo sentia uma leve brisa do mar calmo entrar pela porta. Aiizac agora já tinha terminado seu prato, e disse:
- Bem, em segundo lugar, sua madrinha disse que você ficaria um tempo fora ?
- Disse sim, e aliás, quanto tempo, o torneio de Quartz vai começar logo.
- Sinto muito Ariana, mas você não vai jogar no torneio esse ano.
- Por quê ? Mas logo nesse ano que eu ia poder jogar ? Quanto tempo afinal nós vamos ficar fora ?
Ariana já fechou sua cara, e retrucou com um tom muito mal-criado. Qualquer um teria se irritado, mas não Aiizac, e ainda mais com A Sobrevivente. Aiizac fixou seus olhos incrivelmente verdes em Ariana e disse com a voz mais calma que pode encontrar:
- Ouça Ariana. Você vai ficar um ano em Aizenora, fazendo um treinamento intensivo, e depois vai treinar com alguns amigos meus.
- Mas treinamento para quê ?
- Não posso lhe dizer agora, mas logo você vai saber, agora, termine de comer, já estamos chegando ao helioporto.
Ariana voltou ao seu prato, que se não fosse seu preferido, não o terminaria. Tio Aiizac, como Fêmora disse para ela chamar o Mago da terra de Aizenora, fazia tudo para lhe agradar. Agora o barco diminuia a velocidade e parou. Desceram do barco, Ariana e Aiizac.
O helioporto branco de Mohria, era tudo, menos empolgante. Apenas um quadrado reto e branco em cima de uma ilha, mais nada. Ali adiante, estava uma nave cinza-prateada na forma de um C&M. Muito estranha para os olhos de qualquer um, mas o melhor que existia no mundo, e que Aizenora fazia questão de ter. Na porta estavam um senhor baixo e gordo, vestido de branco com suas mãos presas à cintura como sempre. Milo, o cehfe da ordem de Aiizac. Sábio, mas ainda assim, arrogante. Ao seu lado, estava um homem alto e magro, completamente o oposto de Milo, mas que também estava com a túnica branca. E enfileirados lado a lado em frente a porta, cinco soldados de cinza de cada lado. Simples, mas com olhares profundos e peculiares, mirando o distante. Como nossa querida Guarda Suíça do Vaticano. A mesma ideia simbolista.
Quando Aiizac e Ariana pisaram no chão, Milo veio ao seu encontro, e disse:
- Muito bem, A Sobrevivente!
Ariana se espantou com isso, olhou para Aiizac que segurava sua mão enquanto andavam firme em direção à nave, e como se nada tivesse acontecido, continuou seu caminho. Ultrapassaram Milo, os guardas, e o outro homem de branco. Entraram na nave, e que por dentro era muito menos interessante do que por fora: simplesmente não tinha nada. Tudo vazio, e branco. Aiizac continuou reto, e foi até a parede em frente, estendeu a mão e como mágica (ou tecnologia), uma porta surgiu, por onde entraram.
Lá era diferente, um camarote pequeno, com uma mesa ao centro, e além disso, Ariana estranhou, porque não se lembrava de ter visto janelas do lado de fora, mas lá, havia uma vista cristalina do mar. Quase parecia que não tinha nenhum vidro na janela.
A primeira coisa que Aiizac disse, quando largou da mão de Ariana e a deixou se sentar, foi:
- Eu disse que diriam coisas que não são verdade. Agora se sente e descanse, durma um pouco, e quando acordar, te explico melhor, aqui não é seguro.
Ariana se sentou e depois deitou, e no lugar do banco, apareceu por baixo dela uma cama, muito confortável, mais confortável do que sua cama em sua casa em Morhia.

Agora Ariana se encaminha para Aizenora, para um treinamento que não sabe bem para que servirá. Não há pessoas confiáveis à sua volta, tudo envolto em mentiras e segredos. Agora quando chegar ao seu destino, começará uma nova jornada, uma nova aventura, que não podemos dizer em que acabará. Não perca o próximo capítulo da saga de Ariana.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Feliz aniversário

Gostaria aqui, não de escrever mais um capítulo d'A Sentinela de Aizen (que em breve terá um novo episódio), mas de mostar um agradecimento mais que especial a um grande amigo, um homem excepcional, e um humorista de muito talento e futuro: Diego.
Conheci esse cara por acaso, em mais uma das minhas andanças pela net, por indicação acidental da Miriam, outra pessoa muito importante na minha vida. Ela me disse: "Olha que legal o LAYOUT desse blog", e disso nasceu uma amizade muito bem-humorada.
Se eu tivesse que resumir o Diego em uma palavra, seria: Húmus. Isso mesmo, húmus. Aquele que todo mundo deve estar pensando: Húmus de minhoca. Mas no bom sentido, claro. Húmus, é do latim, que originou humor e humildade. E ele é sem dúvida isso mesmo. Humor e humildade. Parabéns pelos 200, ou melhor, tantos anos que nem eu mesmo sei, e que venham muitos mais de saúde, fartura, sexo, sucesso... e todas aquelas outras baboseiras que todo mundo fala nessas ocasiões.

Parabéns!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

V >> Evolução
”O tempo é o remédio para todos os males... (Sêneca)”

Nunca a humanidade foi tão pacífica, organizada, concisa. Todos os conflitos se acabaram. Todos os crimes, expurgados. Agora tudo o que reina é a paz.

O último mal foi derrotado. Aquele que conheciam como Lorde Vairon, último da linhagem de uma humanidade primitiva, arruinada, perdida em seu próprio ódio caótico. Ele quis reivindicar a nobreza de outrora, daqueles que se destruíram no passado. Mas claro, não posso contar como a história continua, sem contar como começa.

A humanidade que reinava sobre a Terra se consumiu em sua própria ganância de poder. “Criamos a cura para todos os males”, afirmavam eles. Uma cura para as doenças mais mutilantes, e macabras. Terminaram com o sofrimento, a fome, progrediram como nunca naquele tempo. Realmente admiráveis. Eles a chamavam de “Esperança de Pandora”, o último mal que existia na caixa de Pandora, a primeira mulher da humanidade. A cura era perfeita, curava desde os problemas psicológicos mais profundos, até o câncer. Perfeita, humana, falha. Gerou não apenas a felicidade, mas também o maior sofrimento de todos à sua raça. A Mutação consumiu os seus, e seus descendentes. Tudo consumido por sua criação.

Pouco a pouco morreram. Uns pelo ar, alergias profundas que começavam de repente e se aprofundavam a cada segundo. Poucos minutos eram suficientes para dissolver seus corpos e torná-los pó. Outros mutilados pelo sol, suas peles finas como seda, dissolviam-se a luz como cera. E com outros foi pior. Ao tomarem água, o solvente universal e fonte de toda a vida da Terra, dissolveu seus corpos de dentro para fora pouco a pouco, provocando dores lancinantes e intermináveis. Em suma, todos que tomaram a “Esperança de Pandora”, sucumbiram. A cura perfeita tornara-se a mais mortal e destrutiva arma de todas. A falha dos homens se transferiu para sua criação, e a vontade do homem de ser Deus, chegara a seu ponto final.

Mas a criação de Deus, falha e perfeita, feita para superar e se adaptar a tudo, superou sua própria falha. Poucos sobraram naquela época, mas suas proles superaram a deficiência, se tornaram mais resistentes. Não somente à falha humana da cura, mas também a todas as outras. Eram perfeitos, mas ainda humanos.

Em pouco tempo, os novos filhos do homem cresceram, se organizaram sobre as regras e bases da antiga humanidade. Mas não era o suficiente. “Os antigos”, como passaram a ser conhecidos os mutantes do passado, não se adequavam à nova humanidade, havia muitas diferenças entre eles. Os filhos da nova terra deviam se organizar de outra forma. Os antigos sistemas de governo não eram bons, tampouco os de educação, economia, saúde (como se eles precisassem), e enfim, tudo que os cercava era ultrapassado. Tomaram novos rumos, novas terras, novas pesquisas, novas tecnologias, um novo mundo. Isolaram seu passado em uma terra única cercada por muros, que chamaram de “Mort Trecut”, o passado morto. Além do muro, criaram uma vacina para esterilizá-los, impedindo sua reprodução, suas desculpas eram convincentes, seus objetivos, porém, mais humanos que nunca. “Para um bem maior”, diziam.

Criaram um novo sistema de governo, mais sólido e estável, mais democrático, que chamaram de Neo-Monarquia, com seus postos e suas leis. Um novo sistema de ensino, mais progressista, mais ordenado. Um novo país, e uma nova ordem. A Ordem. Seu conhecimento fez o mundo se regenerar. Recuperaram a natureza, o mundo fora recuperado das cicatrizes que os “Mort Trecut” deixaram. Eram admiráveis. Retomaram o mundo que era seu por direito e mérito.

Mas a criação ainda assim era falha, estava a cada geração retornando às suas origens mais primitivas. Queriam permitir uma igualdade total, e resolveram então se regenerar com os “Mort Trecut”. Resolveram abrir os portões. O que encontraram: apenas animais. Selvagens! Primitivos! Sua criação era se mostrava novamente falha. Sua vacina esterilizante, aliada à mutação constante da “Esperança de Pandora”, os fez regredir na evolução, das formas mais inusitadas e horrendas. Monstros! Abominações!

Dentre eles, surgiu um líder do passado. Lorde Vairon, era como se intitulava. A mutação não havia lhe dado a melhor das aparências, mas lhe deu poderes sobre-humanos. Não somente a ele, mas à Ordem também. Esse poder era conhecido como “A Dobra da Criação”. Dobrar e manipular os elementos da Terra como lhe convinham. E isso, os “Mort Trecut” e a Ordem com “A Dobra da Criação”, só poderia resultar em uma coisa: Guerra.

Muito tempo se passou desde o nascimento da “Esperança de Pandora”, da Grande Mutação, do muro dos “Mort Trecut”, e do nascimento da “Dobra da Criação”. A guerra ainda não terminou. E talvez nunca acabasse, se não fosse a pequena Sobrevivente. A sim, apenas uma criança. A mais forte de todas. A real “Esperança de Pandora”. Derrotou Lorde Vairon sem nenhum esforço. Incrível! Inacreditável! A pequena triunfou sobre o Lorde dos “Fastem-Imobilo”. Eles se amedrontaram, fugiram, e se refugiaram atrás dos muros novamente. Há seis anos a paz reina na segunda era da Ordem. Mas agora novos rumos começam a se formar, a paz começa a se tornar desconfiança, está calmo demais, e isso é inquietante. O Mago da Terra está buscando a Sobrevivente, que esteve em segurança, fora de vista por esses dias de glória.


Na evolução das espécies, só os mais fortes sobrevivem... Lorde Vairon, o perverso líder dos "Mort Trecut", nasceu da falha do homem em tentar ser Deus. Por ora derrotado. Sua maldade supera as linhas lógicas... Ele irá retornar. Quando? Como? Onde? Por que? Essas são perguntas que só poderemos responder na futura aventura de Ariana em Aizenora.